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Arte Marta Resing |
Assim como o estado brasileiro, sabíamos que a política pública educação estava longe de ser democrática. Era reservada a poucos, produzia fracasso e abandono, não era prioridade orçamentária.
A educação da escola, da cidade e do país tinha que ser resultado da participação da comunidade na decisão das regras, do currículo, do seu sentido. Precisávamos praticar e aprimorar na escola a democracia que queríamos para o país. Precisávamos aprender e ensinar a sermos homens e mulheres democráticos, livres de preconceitos, solidários e igualitários.
Designamos coletivamente que seria “escola cidadã” a que daria curso à redemocratização do país propugnada pela nova carta, que tinha a mesma alcunha.
Sabíamos que a transformação da escola ou é permanente ou não acontece. Por isso, a gestão democrática da educação desde a sala de aula até o sistema, com congressos deliberativos sistemáticos e a formação permanente, feita de registro e troca de experiência, de diálogo com o saber acadêmico e o saber da experiência.
Era preciso recuperar o protagonismo das educadoras e dos educadores para eles próprios serem construtores dessa nova escola, e - no diálogo permanente com os atores e contexto social, cultural e político - tomar a decisão sobre qual conhecimento, para que mundo e que sujeitos se faz educação.
Assim também garantir a participação ativa, livre, inteira - corpo, ideias, cultura, desejos - dos estudantes e das estudantes, pois que a educação é um processo intransferível e não há ensino sem aprendizagem.
Resultado dessas reflexões e experiências construímos, num processo largo e participativo, o novo plano nacional da educação. Agora é lei que nos próximos dez anos elevaremos até 10% do PIB os investimentos na área, ampliaremos vagas e tempo escolar, salários dos educadores e educadoras, condições de trabalho e carreira.
Homenagear professores e as professoras é reconhecê-los nessa caminhada e apostar nela! Cerrar fileiras na resistência à reação dos que querem retirar a riqueza do pré sal do controle público da população, impedindo-o de dar novo patamar de qualidade à educação; enfrentar os que querem esvaziar sua autonomia torná-los novamente meros aplicadores de tecnologias, sistemas, aulas; os que querem reduzir seu ofício a testes estandardizados, monitorá-los por prêmios e provas, roubar-lhes a tão jovem e transformadora cidadania!
Veja aqui momentos da homenagem do mandato às e aos educadores.